Thursday, March 31, 2005

"Tough ain't enough!"















Uma semana depois... e ainda o ar denso sempre que me lembro que há histórias assim.

Wednesday, March 30, 2005

Cristalização III

O que acontece quando os lugares indiferentes do coração ousam dançar de novo?

Voz quente e a chuva lá fora...

"Ah, se já perdemos a noção da hora
Se juntos já jogamos tudo fora
Me conta agora como hei de partir
Se, ao te conhecer, dei pra sonhar, fiz tantos desvarios
Rompi com o mundo, queimei meus navios?
Me diz pra onde é que inda posso ir
Se nós, nas travessuras das noites eternas
Já confundimos tanto as nossas pernas?
Diz com que pernas eu devo seguir
Se entornaste a nossa sorte pelo chão,
Se na bagunça do teu coração
Meu sangue errou de veia e se perdeu?
(...)
Te dei meus olhos pra tomares conta...
Agora conta como hei de partir?"

Tom Jobim & Chico Buarque, 1980

Friday, March 18, 2005

...

"Apertei os olhos com muita força para a reter, para a guardar dentro de mim, e depois abri-os bem abertos para me apresentar de novo diante do mundo." Osvaldo Soriano, La hora sin sombra

Thursday, March 17, 2005

[dedicatória]

Certo dia a raposa disse ao pricipezinho que os homens já não sabiam o que eram rituais... e o quão importante eles se tornavam para que o coração começasse a vestir-se e a preparar-se com a antecedência necessária!
Hoje em dia, quando acordo, mesmo que só tenham passado quatro horas desde o momento em que desmaiei de sono na cama... acordo feliz e com muita vontade de percorrer o caminho que me leva para junto daqueles com quem dia a dia aprendi a correr a milha extra do cansaço com um sorriso.
Faz hoje uma semana desde o dia em que embarcámos na nossa pequena aventura de atravessar o Marão e ir a Chaves à apresentação do livro do Vasquinho na sua terra natal. Nesse dia, percebi que hoje em dia poucas coisas me trazem mais alegria do que aqueles momentos em que estamos juntos... seja a viajar, seja a perseguir os restos de neve, seja a fazer muito barulho nos corredores, seja a inventar nomes de bebidas estranhas e desconhecidas, seja a 'limpar' os cestos com pastéis de Chaves, seja a rir de tudo o que acontece, seja a tentar evitar ter acidentes contra autocarros, seja a tentar tomar decisões tão importantes como que música ouvir e onde comer, seja a passar horas infinitas nos cuidado intensivos a ouvir a máquinazinha irritante que faz Tu-rú-rú, seja a comer bolo de caramelo, seja simplesmente a lanchar no fim das aulas e conversar até tarde.
Quando o meu coração se veste de manhã... é para vocês - os habitantes de quase todas as minhas horas!

(e hoje à noite... mais um serão.... Tu-rú-rú!!!!)

Wednesday, March 16, 2005

Cristalização II

"... nada se perde, nada se cria, tudo se transforma..." - dizia Lavoisier da matéria. E do que não é constituído por átomos, poder-se-á dizer o mesmo?

Friday, March 11, 2005

Shi Mian Mai Fu












"The house of the flying daggers"

Nem sempre os olhos saberão ver os sítios onde nascem as verdadeiras flores... nem sempre saberemos se é possível ser como o vento que parte e jamais regressa... nem sempre se sobrevive ao reencontro.

11 de Março



Porque Goya quereria isolado no tempo o terror que Madrid sentiu sob a investida de Napoleão.
Porque agora Goya não teria um rosto para dar a esse terror.
Porque já não lutamos contra um nome, um semelhante, uma causa.
Porque agora somos fuzilados pelo medo do imprevisível.

Tuesday, March 08, 2005

[numa outra história]

"Com a passagem do tempo aprendi a esquecer as suas palavras olhos, a dimensão dos seus adjectivos lábios, a nitidez das suas mãos substantivos. Com a passagem do tempo, passou o tempo sobre os meus passos, e eu fui-me enchendo de esquecimentos que me foram esquecendo. A cidade de que falei já não existe, nem as ruas, nem a loja das mudas, nem as gravatas longas como remos, nem as palmeiras anãs, nem a atmosfera proustiana livre de decadências. Tudo sucumbiu. A música, o salão de bailes, o cão inclinado junto do gramofone. Tudo se perdeu, perdi. Perdeu-se há que tempos o inchaço do meu olho, mas permanece o hematoma da alma e alguma coisa falta... alguma coisa falta, e por isso uma pessoa anda pela vida fora caminhando como um insecto coxo, como uma lagartixa sem rabo, ou coisa assim." Luis Sepúlveda in Encontro de amor num país em guerra

Monday, March 07, 2005

"Cidade a ponto luz bordada..."

Foi a caminho dessa 'Lisboa menina e moça' que vi o sol nascer este sábado... foi bom regressar mais uma vez a uma cidade que sempre teve para mim o significado do reencontro.
Há dias assim... com espaço para muita coisa dentro deles: o baloiçar do corpo num barco sobre o Tejo, o cheiro da relva frente aos Jerónimos, o inconfundível sabor dos pastéis de Belém ainda quentinhos, o abraço dos que há muitos não se viam, a transladação da mente para tempos remotos em cada nota saída dos dedos do André no seu violoncelo.
Há dias assim...

Friday, March 04, 2005

Twin Peaks- breve momento de nostalgia



É o meu pequeno tesouro... o vinil com a OST de Twin Peaks.
Lembro-me de ficar horas a ouvir aquela música lenta, escura, nublada... e adormecia sentindo-me envolvida na intimidade de um som diferente de todos os outros.
... e hoje apeteceu-me recordar duas outras músicas que fizeram parte deste pequeno mundo de David Lynch.

Fire walk with me________________________________
Memories
Fade to gray
My smile
Your name
Roof leaks
Dim lights
Low rent
High tide
Boxsprings
Spare change
Your scent
My ways
Your breath
My air
Fog lifts
I stare
You're gone, but I'm there
I'm gone, but you're there
I'm gone, but you're there

Questions in a world of blue________________________
Why did you go?
Why did you turnaway from me?
When all the world seemed to sing
Why, why did you go?
Was it me?Was it you?
Questions in a world of blue
How can a heart that's filled with love
Start to cry?
When all the world seemed so right
How, can love die?
Was it me? Was it you?
Questions in a world of blue
When did the day with all it's light turn into night?
When all the world seemed to sing
Why, why did you go?
Was it me? Was it you?
Questions in a world of blue
Questions in a world of blue

Letra: David Lynch
Música: Angelo Badalamenti

Thursday, March 03, 2005

Uma música para ti...

Joel... porque ouvir Madredeus sempre me lembra de ti!
...e mais uma vez sentimentos meus nas palavras de um Pedro Ayres Magalhães que nunca vi, mas que parece conhecer-me.

'Porto calmo de abrigo de um futuro maior, por ventura perdido, no presente temor. Não faz muito sentido, não esperar o melhor, vem da névoa saindo a promessa anterior...
Quando avistei ao longe o mar, ali fiquei parada a olhar...
Sim, eu canto a vontade, canto o teu despertar... e abraçando a saudade, canto o tempo a passar.'

Tuesday, March 01, 2005

Definições-I

Frio- ausência de calor;
Escuridão- ausência de luz;
Solidão- ausência.