Há dias que sempre lembraremos por perpetuarem no tempo uma memória especial... boa ou má. E hoje, apesar de já terem passado três meses da morte de alguém que foi especial para mim, não consigo deixar de lembrar aquele homem, médico, professor, que um dia soube ver o sentimento para lá das breves palavras que lhe dei. Admirava a sua simplicidade, a sua forma grande e humana, a capacidade de mostrar comoção sem temer que lhe atribuíssem por isso características de fraqueza ou pouco dignas num director clínico de um hospital central. Comoveu-se e moveu em mim o desejo de sempre cultivar a capacidade de mostrar a verdade do que sinto... nem que pareça fraqueza...
Há dias que sempre nos vão lembrar a verdade que temos dentro. E hoje são muitas as verdades que encerro... e penso se deverei aprender com o Dr.Alexandre essa capacidade de expressar o tumulto que sinto por dentro.
E porque há dias como o de hoje, pergunto-me porque tinha que ser hoje um daqueles dias em que, coincidência ou não, me vejo aqui... sem ninguém que me diga não ser fraqueza a tristeza que de súbito os meus olhos decidiram denunciar.
''In headaches and in worry vaguely life leaks away and Time will have his fancy... to-morrow or to-day." H.W. Auden