Sunday, April 24, 2005

[Espiral]

“So it is with You and how You make me new with every season’s change… and so it will be as You are recreating in me – Summer, Autumn, Winter, Spring.” Nichole Nordeman

Por vezes há momentos que parecem conter a vida toda… e esquecemos que em nós como em tudo o que nos rodeia existe algo de cíclico – não propriamente repetitivo mas que sempre nos devolve a um lugar semelhante na espiral do tempo.
Quando ao calor dos sorrisos partilhados e das horas tranquilas se sucede a despedida do que foi e nunca mais será… quando o frio chega para nos convencer da desolação dos dias e da solidão das noites e nos empareda na convicção cinzenta que só permanecendo no interior estamos seguros… quando a vida que um dia provámos parece um fruto maduro esquecido no chão de um verão distante…
… é então que devemos abrir a mão e observar atentamente como ela se deixa novamente habitar – como terra inundada que aos pouco foi secando e amanhece de súbito vestida de verde… é então que os frutos voltam a nascer e voltamos a cuidar deles com a expectativa de sentir um novo sabor – e tal como um sonho que morre às mãos de um novo sonho, o novo sabor reunirá em si a frescura e a abundância que um dia se sonhou provar.

E assim, no final da curva redonda dos desejos mais profundos, haverá sempre a certeza de nos conseguirmos reinventar e voltar a acreditar que a espiral progride no sentido do alargamento… e assim, de cada vez que a vida nos devolver a lugares onde sentimos já ter estado, saberemos que estamos um passo mais longe do que fomos… e um passo mais perto do que seremos.

1 Comments:

Blogger whity_poe said...

É bem verdade que o tempo alarga continuamente a nossa espiral, trazendo consigo surpresas que conseguem mudar até as mais insolúveis certezas...

April 27, 2005 at 9:29 AM  

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