Wednesday, June 01, 2005

[celebração da simplicidade

Há qualquer coisa no dia de hoje... não sei se a data lhe confere mais signinificado, mas hoje, parte de mim olha as crianças que desfilam pela cidade, com sorrisos festivos que lembram ao mundo que hoje é o dia em que se celebra a promessa de sempre existir no mundo um lugar para o sorriso fácil, a amizade desinteressada, a curiosidade por coisas azuis, a verdade da lágrima sentida, a admiração pelas novas descobertas, o êxtase pelas pequenas conquistas.
Muitas vezes a voz do Freddy Mercury lembra-me aquilo que frequentemente sinto... "I feel like no-one ever told the truth to me... about growing up and what a struggle it would be!"
E hoje, nos meus vinte e dois anos, penso na simplicidade que se vai perdendo à medida que o número dos sapatos cresce! Certo dia, há menos tempo do que de facto agora parece, um amigo fez-me ver que quando crescemos verificamos que certas coisas só têm espaço em sítios onde já não há esperança... porque só quem já não tem nada a perder sabe receber o que quer que seja que a vida ainda tem para lhe dar... porque só quem não tem nada a perder se recusa a trocar qualidade por velocidade! E hoje, sobretudo hoje, um turbilhão de coisas me vêm à mente... numa altura em que uma tristeza inexplicável e a que não estou habituada se instalou com a noção que de facto vai deixando de haver lugar para as coisas simples...
Sorrisos fáceis confundem-se com imaturidade, amizade desinteressada e toda a dedicação que entusiasticamente se oferece confunde-se com os jogos nos quais as pessoas se vão refugiando cada vez mais e mais, a curiosidade por coisas azuis perturba a busca do conhecimetno por coisas cinzentas, a verdade da lágrima sentida rotula-nos de fracos, a admiração pelas novas descobertas dilui-se porque vamos deixando que sejam os outros a descobrir as coisas por nós e o êxtase pelas novas conquistas depressa se esquece face ao novo desafio que o tapete rolante depressa colocou à nossa frente.
Tenho saudades dos tempos em que tudo era simples... porque as coisas podiam ser plenas e não havia sorrisos a serem contidos e lágrimas a serem escondidas.
E tal como neste dia se celebra a criança... como gostaria que na vida se celebrasse a simplicidade que há em fazer um desenho com todas as cores que nos passeiam pela alma e podê-lo oferecer a alguém que tivesse a ousadia de recebê-lo sem cortesias mas com o entendimento profundo dos mistérios da alegria generosa.

1 Comments:

Anonymous Anonymous said...

(queria fugir às frases feitas mas concluí que acabamos por não dizer o que sentimos para não soar "piroso" - mas afinal quem define o que é piroso ou não? por isso aqui vai...)

espero que tu em mim e eu em ti encontremos sempre esse lugar para as coisas simples.
gosto muito de ti, amiga*

(e agora podia assinar com uma letra mas como corro o risco de dp ficares na dúvida... =)
ana lídia*

June 1, 2005 at 6:59 PM  

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