ano novo [ novas esperanças [ novos medos
Dividimos assim a vida - dias, meses, anos.
Mas é no passar dos anos que repensamos a vida.
Começa um novo ano e novos desejos e promessas nascem com a sensação que algo maravilhoso acontece no virar da página - a possibilidade de recomeçar de novo. Início. Em branco.
Este ano, para mim e para a minha família, 2006 tranformou-se lentamente em 2007. Sem contagens, sem champanhe, sem abraços, sem artifícios.
Começámos o ano tranquilamente - sentados na sala partilhando o melhor e o pior de 2006 e dando lugar a novas esperanças.
E foi nesse momento que percebi que esperança e medo caminham juntos. Lembrei-me de tantas esperanças que se foram perdendo ao longo do ano que passou... e subitamente, percebi que quando temos esperança que algo aconteça, é inevitável não termos também o medo paralelo de vermos os desejos profundos do nosso coração não serem concretizados.
"Diz ele: «deixarás de ter medo quando deixares de ter esperança».
Perguntarás tu como é possível conciliar duas coisas tão diversas. Mas é assim mesmo, amigo Lucílio: embora pareçam dissociadas, elas estão interligadas. Assim como uma mesma cadeia acorrenta o guarda e o prisioneiro, assim aquelas, embora parecendo dissemelhantes, caminham lado a lado: à esperança segue-se sempre o medo. Nem é de admirar que assim seja: ambos caracterizam um espírito hesitante, preocupado na expectativa do futuro.
A causa principal de ambos é que não nos ligamos ao momento presente antes dirigimos o nosso pensamento para um momento distante e assim é que a capacidade de prever, o melhor bem da condição humana, se vem a transformar num mal. As feras fogem aos perigos que vêem mas assim que fugiram recobram a segurança. Nós tanto nos torturamos com o futuro como com o passado. Muitos dos nossos bens acabam por ser nocivos: a memória reactualiza a tortura do medo, a previsão antecipa-a; apenas com o presente ninguém pode ser infeliz!"
Séneca, in 'Cartas a Lucílio'
Mas não é pelo sonho que vamos? Quero lá saber os sonhos que ficam pelo caminho...
Ano novo... novas esperanças, novos medos... mas sonhos que se recusam a não nascer!
Mas é no passar dos anos que repensamos a vida.
Começa um novo ano e novos desejos e promessas nascem com a sensação que algo maravilhoso acontece no virar da página - a possibilidade de recomeçar de novo. Início. Em branco.
Este ano, para mim e para a minha família, 2006 tranformou-se lentamente em 2007. Sem contagens, sem champanhe, sem abraços, sem artifícios.
Começámos o ano tranquilamente - sentados na sala partilhando o melhor e o pior de 2006 e dando lugar a novas esperanças.
E foi nesse momento que percebi que esperança e medo caminham juntos. Lembrei-me de tantas esperanças que se foram perdendo ao longo do ano que passou... e subitamente, percebi que quando temos esperança que algo aconteça, é inevitável não termos também o medo paralelo de vermos os desejos profundos do nosso coração não serem concretizados.
"Diz ele: «deixarás de ter medo quando deixares de ter esperança».
Perguntarás tu como é possível conciliar duas coisas tão diversas. Mas é assim mesmo, amigo Lucílio: embora pareçam dissociadas, elas estão interligadas. Assim como uma mesma cadeia acorrenta o guarda e o prisioneiro, assim aquelas, embora parecendo dissemelhantes, caminham lado a lado: à esperança segue-se sempre o medo. Nem é de admirar que assim seja: ambos caracterizam um espírito hesitante, preocupado na expectativa do futuro.
A causa principal de ambos é que não nos ligamos ao momento presente antes dirigimos o nosso pensamento para um momento distante e assim é que a capacidade de prever, o melhor bem da condição humana, se vem a transformar num mal. As feras fogem aos perigos que vêem mas assim que fugiram recobram a segurança. Nós tanto nos torturamos com o futuro como com o passado. Muitos dos nossos bens acabam por ser nocivos: a memória reactualiza a tortura do medo, a previsão antecipa-a; apenas com o presente ninguém pode ser infeliz!"
Séneca, in 'Cartas a Lucílio'
Mas não é pelo sonho que vamos? Quero lá saber os sonhos que ficam pelo caminho...
Ano novo... novas esperanças, novos medos... mas sonhos que se recusam a não nascer!
1 Comments:
Ano novo, velhas esperanças...velhos medos.
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